Babá de células?
A camiseta, a caneca e o mouse pad personalizados com a frase “Babá de células” ele ganhou da cunhada no Natal passado por não sair do laboratório de pesquisas em Genoma Humano e Células tronco da USP.
Desde criança Kayque Alves Telles Silva sempre foi muito curioso e interessado sobre os assuntos de ciências, pesquisas e descobertas científicas. Amava histórias sobre Dinossauros! Entrou aos 6 anos de idade na primeira série do Colégio Giusto Zonzini e logo seus pais foram consultados sobre a possibilidade de passa-lo direto para a segunda série pois seu nível de desenvolvimento estava muito adiantado.
“Quando eu estava prestes a entrar no Ensino médio, eu pensava em trabalhar futuramente como arqueólogo, mas depois fui descobrir que a minha motivação era principalmente a pesquisa científica, não necessariamente na área de história”, conta. “No Ensino Médio eu tive professores muito bons na área de Biologia e Ciências, como a Professora Andreia Gouveia e o professor Emerson Fernandes, e eles me inspiraram muito em seguir a carreira de pesquisa em ciências, não especificamente na área de biologia.
Kayke se formou no Ensino Médio da mesma escola aos 16 anos e com essa idade ainda ingressou no primeiro ano da Faculdade de Ciências Biológicas da USP, graduando-se como bacharel aos 19 anos e concluindo a licenciatura com 20 anos de idade! No ano passado, ainda, aos 20 anos, fez uma prova para entrar na pós-graduação do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva da USP e entrou como aluno de doutorado direto.
Ele ainda conta que em todos os seus anos de graduação, fez iniciação científica que é uma abordagem dos alunos de graduação ao universo da pesquisa no laboratório da professora doutora Mayana Zats – hoje sua orientadora na pós graduação – no Centro de Estudos do Genoma Humano e Células Tronco. Ou seja, agora, aos 21 anos, ele já está cursando o doutorado e tem pelo menos mais 5 anos de pesquisa pela frente.
Está bom assim? Não. Junto com o Doutorado Direto, Kayque já está fazendo outra graduação em química! Ele explica que apesar de todos estes estudos, ele nunca teve interesse exclusivo pela área de biologia e ainda pretende se graduar também física para compreender as ciências por completo. “Meu foco sempre foi a pesquisa não limitada a uma área específica, tanto que quando escolhi fazer biologia primeiro, escolhi essa área porque o biólogo pesquisa na área de muitos outros profissionais como médicos, entre outros, e pode trabalhar em diversas áreas também’, explica.
E o que ele vai fazer com tanto conhecimento? Ele diz que a sua busca de conhecimento não é uma busca individualista. “Futuramente eu quero transpor este conhecimento para a sociedade na forma dos mais diversos serviços que possam implicar em um avanço do mundo como a gente conhece”, diz. “A ciência é a base de tudo o que a gente conhece e possibilita o conhecimento de tudo o que a gente ainda neste momento desconhece”, afirma.
Hoje o seu foco de pesquisa é o desenvolvimento de alternativas para transplantes de órgãos e o seu grupo de estudos já tem algumas conquistas consolidadas nesta área. “A minha linha de pesquisa, iniciada há 5 anos na iniciação científica foca o xenotransplante de órgãos, ou seja, o desenvolvimento de órgãos universais que poderiam ser transplantados em seres humanos a partir de animais modificados geneticamente”, conta. Segundo ele, a motivação desta pesquisa hoje é a escassez de órgãos a serem transplantados.
Para o futuro, Kayque almeja criar ou desenvolver projetos em centros interdepartamentais de pesquisa ou atuar em empresas que desenvolvam pesquisas interdisciplinares para desenvolver projetos que solucionem problemas ou demandas sociais importantes. “Hoje, mais do que nunca a pesquisa está mostrando a sua necessidade para o mundo não só contemporâneo, mas em toda a história da humanidade e toda a sua importância para o futuro”, afirma. “Essa não é a primeira nem será a última pandemia enfrentada pela humanidade e todas as que já passamos foram solucionadas a partir da ciência”, ressalta. “Nesse momento não vai ser diferente e daí a importância da pesquisa e do financiamento da mesma para que ela possa ser realizada”, acrescenta.
Hoje Kayque está pesquisando a distância em uma fazenda no interior, cumprindo o isolamento social necessário.
Merak1 – Energia criativa para fazer algo com a alma e com amor
Dois jovens amigos de 18 anos. João Tertto (@joaotertto) e Pedro Salgado (@cevadaman) se conheceram na adolescência, nos anos finais do Ensino Fundamental, estudando na mesma turma no Colégio Porto Feliz, no Centro de Cotia. Depois da Porto Feliz, cursaram o Ensino Médio no Zaca (Escola Escola Zacarias Antonio da Silva), também no centro da cidade.
Em algum tempo de amizade, logo perceberam que curtiam os mesmo estilos musicais, mas João Tertto foi o primiro a se arriscar na música participando de outros coletivos de Rap e também sozinho.
Há dois anos resolveram formar uma dupla musical, já que ambos gostam de compor e cantar. Hoje se classificam como um R&B um pouco mais atual, com influências do Trap Music, do próprio funk brasileiro, soul americano e do hip-hop.
Segundo eles, Merak1 é uma palavra sonora que um dia chegou a eles e que ao pesquisarem descobriram que significa fazer algo com a alma, com amor e criatividade. Então adotaram o nome.
Segundo João Tertto, suas músicas são todas autorais. Algumas já estão no youtube, mas além destas eles têm muitas outras ainda não gravadas. Os dois já cantam em eventos do Pico Aura, do Matheus Camargo – outro jovem retratado nesta série de entrevistas -, eventos da Secretaria de Juventude de Cotia, em festas, batalhas de Rap, bares e encontros como os Sarais da Garagem, do Neto Poeta.
Outro movimento que vem atraindo fãs nestes tempos de coronavírus são as Lives no Youtube e no Instagram. Eles inclusive já fizeram Lives Solidárias, pedindo que os seguidores fizessem doação de alimentos para doação para famílias em dificuldades neste momento. A dupla já tem mais de 3 mil seguidores em suas redes sociais.
Hoje João Tertto também tem um emprego na Music Dot, uma plataforma de música online que disponibiliza cursos de música. Ele faz a organização dos estúdios para as aulas e também cuida de suas redes sociais. É uma empresa de São Paulo, na Vila Mariana. Hoje, durante o isolamento social, ele está trabalhando em home office fazendo apenas as redes sociais da empresa.
João completa 19 anos no dia 10 de junho e já está inclusive montando o seu próprio estúdio em casa. Aos 20 anos ele espera já estar produzindo suas músicas e alugando seu estúdio para a produção musical de outros artistas de Cotia também. Em sua opinão, Cotia ainda é uma cidade muito carente de oportunidades culturais e sua meta é a mudança deste cenário.
Seu parceiro Pedro Salgado, também faz 19 anos em junho, no dia 21 e ainda não trabalha na área musical, batalha no dia a dia como analista de banco de dados, mas também espera estar vivendo da música até os 20 anos.
Sucesso para a dupla!
Por Mônica Krausz
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