O projeto da Linha 22-Marrom que deverá ligar São Paulo até Cotia está em fase de estudos. Dentro das análises a definição do traçado é um dos elementos fundamentais para o sucesso do projeto.
Durante a 30ª Semana de Tecnologia Metroferroviária foram apresentados novos detalhes do ramal que contará com 29 quilômetros e 19 estações. Cabe citar que os estudo expostos são de caráter preliminar e podem sofrer alterações.
Local das estações
Das 19 estações, 10 delas estão localizadas dentro de São Paulo, sendo elas: Sumaré, Teodoro Sampaio, Faria Lima, Hebraica Rebouças, Vital Brasil, USP, Rio Pequeno, Jardim Esmeralda, Jardim Ester (antiga Monte Belo) e Jardim Boa Vista.
Osasco deverá ter duas estações, sendo elas Victor Civita, próximo à divisa com São Paulo e Santa Maria.
Ver essa foto no Instagram
Cotia será uma das cidades mais beneficiadas com sete estações. As estações previstas neste município são Granja Viana, Mesopotâmia, Estrada de Embu, Parque Alexandra, Sabiá, Santo Antônio e Cotia.
Estudos
Os estudos realizados contemplaram uma análise do território que será cortado pela nova linha metroviária. Neste sentido foram analisados a renda familiar, a densidade habitacional e a densidade de empregos.
Renda por família
No que se refere à renda média das famílias percebe-se que duas grandes regiões concentram a maior renda. Na região da zona oeste de São Paulo e nas proximidades de Hebraica Rebouças e Vital Brasil onde a renda por família é de R$ 9,5 a R$ 17,5. Outra região de destaque fica entre Granja Viana e Parque Alexandra com renda familiar entre R$ 4,7 mil e 9,5 mil.
Por outro lado, as áreas menos favorecidas estão na região sul de Osasco e na extremidade da linha já na região central de Cotia. Nestes locais a renda por família é de R$ 1,9 mil até R$ 3,8 mil. A região da USP, especificamente, não pode ser considerada nesta base de dados pois é um centro universitário.
Densidade por hectare
Em termos de densidade populacional, as regiões com maior quantidade de habitantes se estende da região oeste de São Paulo até o sul de Osasco. Na região das estações Sumaré, Teodoro Sampaio, Jardim Ester, Jardim Esmeralda e Victor Civita a densidade chega de 150 até 430 pessoas por hectare (10 mil m²).
Na região de Estrada do Embu e Parque Alexandra existe uma região menos adensada, com até 25 pessoas por hectare. Já na região extrema de Cotia a densidade fica entre 25 a 50 pessoas por hectare.
Empregos por hectare
Quando é analisada a oferta de empregos, observa-se que a região do centro expandido concentra muita oferta. Entre as estações Sumaré e Hebraica Rebouças a oferta na faixa de 500 até 1260 empregos por hectare.
Cruzando o Rio Pinheiros a densidade cai de forma drástica. Algumas regiões, como na proximidade das estações Vital Brasil e Rio Pequeno, ainda possuem oferta de empregos mais expressiva. A partir de Jardim Esmeralda a densidade cai com uma oferta de 0 até 50 empregos por hectare.
Conclusão
Os dados mostram um perfil socioeconômico da região que deverá ser atendida pela nova linha. Em geral, a população mais pobre vive nos extremos, enquanto as mais abastadas ficam próximas ao centro.
Uma das regiões marcantes é a da Granja Viana que possui pouca densidade e uma renda elevada, mesmo com baixa oferta de empregos. A zona oeste de São Paulo, em geral, concentra a maior quantidade de pessoas.
Os empregos, que geralmente são o principal motivo de viagem, também estão muito concentrados em um único ponto. Isso pode indicar, no futuro, uma tendência de atração de passageiros.
A implantação da Linha 22-Marrom tem potencial para melhorar todos estes índices, permitindo que a população possa morar mais longe sem ser penalizada pelos grandes percursos. Da mesma forma, isso poderá contribuir para a melhoria do acesso aos empregos e aumento da renda tornando as regiões distantes do centro mais atraentes.
Fonte: Metrô CPTM