O Programa Município Verde e Azul é destinado a fazer os municípios paulistas a participarem da política ambiental estadual e aderirem ao Protocolo Verde de Gestão Ambiental Compartilhada.
São dez diretivas a serem atendidas: esgoto tratado, resíduos sólidos, biodiversidade, arborização urbana, educação ambiental, cidade sustentável, gestão das águas, qualidade do ar, estrutura ambiental e conselho ambiental.
A preocupação com a natureza é de urgência crescente. Hoje o aquecimento global é a maior angústia da humanidade, tendente a piorar cada vez mais, com aceleração de ocorrências como os furacões registrados há alguns meses de excepcional magnitude.
Talvez já tenhamos perdido a oportunidade de reverter a situação ameaçadora. Mas algo é preciso fazer. E envolver toda a comunidade em torno a esse conjunto de circunstâncias desfavoráveis é alguma coisa que pode gerar uma saudável reação.
A parcela mais facilmente convencida de que o ser humano tem de resistir à tendência dendroclasta e suicida, é a criança e a juventude. As Escolas constituem o local adequado para a propagação de uma corrente com vistas a sanar os males gerados pela má conduta dos adultos.
Um passo interessante é fazer a meninada se interessar pelos dez objetivos do Programa Município Verde e Azul. E estimular o alunado a cuidar do entorno da escola, dos espaços livres dentro dela, dos imóveis ociosos nas imediações. As cidades têm falta de verde. E um dos maiores problemas para o êxito do Verde e Azul é, justamente, a questão da arborização.
Há pouco interesse e conhecimento sobre as árvores de ruas, os tipos, as espécies, as podas. O setor elétrico é obsoleto, pois ainda usa fios suspensos, enquanto o mundo civilizado tem fios enterrados. A coitada é a árvore que fica mutilada em razão desse atraso.
Fazer viveiros de mudas, coletar sementes das árvores urbanas, ensinar a criança a semear, a acompanhar a germinação, o desenvolvimento da muda, até que ela tenha condições de transplante, zelar pelo verde de sua cidade, participar do Projeto “Nascentes”, que restaurará a mata ciliar dos sofridos córregos e leitos d’água que sacrificamos com nossa insensibilidade, tudo isso faz parte da formação integral de um indivíduo que depende da natureza para o seu completo desenvolvimento.
Por José Renato Nalini, secretário da Educação do Estado de São Paulo