Em entrevista, Camila Bezerra, diretora de marketing e administrativo da Casa Noble Negócios Imobiliários, fala sobre os impactos da pandemia para o setor imobiliário.
Uma das expectativas para a economia em 2020 era de um ciclo de alta no mercado imobiliário. Este mercado está seguindo em frente, como se nada tivesse acontecido, ou está sentindo o baque da pandemia?
Com o início da pandemia, estávamos bem apreensivas de qual seria o impacto no mercado imobiliário, em nossa cabeça ficavam muitas dúvidas “como vamos vender ou alugar se não podemos sair de casa?”, “será que as pessoas estão preparadas para comprar ou alugar com um processo online?”, o cenário inicial era de grande apreensão, mas nós precisávamos fazer diferente, afinal esse momento exigia isso de nós. E a reposta é que SIM, as pessoas estão dispostas a fazer diferente e estão dispostas a re-significar o modelo de atuação que tínhamos antes. Agora, 3 meses pós pandemia, nós da Casa Noble Negócios Imobiliários podemos dizer que o cenário é muito favorável, tivemos uma alta de 60% de novos interessados nesse último trimestre, que inclusive, superou a expectativa que tínhamos em relação a economia para 2020.
Quais foram os efeitos no mercado imobiliário?
Os efeitos estão sendo muito positivos, com o início da pandemia, assim como nós, os clientes também estavam apreensivos em fazer qualquer tipo de investimento e escolhas que pudessem trazer algum tipo de prejuízo, porém todas as empresas foram se adaptando ao novo cenário e apresentando novas soluções para que pudéssemos passar por tudo isso com impacto menor, como por exemplo os bancos, que flexibilizaram as formas de pagamento e revisitaram suas taxas de juros, tornando o cenário muito propício para investimentos e até mesmo para a realização do sonho da casa própria. Outro efeito muito positivo que podemos observar, é a mudança de consumo desse público, percebemos que as pessoas possuem mais tempo disponível para dar foco aos seus projetos de vida e isso gera um impacto muito positivo para o mercado imobiliário.
É verdade que o isolamento social tem provocado novas tendências?
Sem dúvidas, em um momento de crise como esse, quem não inovar fica para trás. Com o isolamento social as pessoas passam mais tempo na internet e as imobiliárias que não estiverem preparadas para isso não conseguirão se destacar. As pessoas estão mais abertas a ver fotos e vídeos dos imóveis sem ter a necessidade de visitar, na Casa Noble já fechamos 3 negócios 100% digitais, sem visita física. Temos muitas ferramentas online para usar ao nosso favor, hoje fazemos reuniões online com clientes para conversar sobre os objetivos, contratamos ferramenta para assinatura de contratos digital e temos investido muito nosso tempo para olhar cada vez mais para soluções que possam otimizar e agilizar nossos processos sem precisarmos sair de casa, mantendo a segurança de todos nossos colaboradores e clientes.

Com mais tempo em casa e menos no local de trabalho, qual o novo perfil do consumidor?
Notamos um pouco de tudo, pessoas que antes não tinham tempo de pensar em possibilidades de adquirir sua casa própria agora com mais tempo para ir atrás disso e especular o mercado. Com as flexibilizações dos bancos, temos muita gente aproveitando essa oportunidade para tirar do papel aquele sonho que ficou guardado por muito tempo. Temos pessoas com olhar de investimento, pois o momento está bem propício para isso. E agora, com a possibilidade de home office virar um modelo de trabalho permanente para muitas empresas, temos recebido muitos clientes que moram na agitação de São Paulo e que com essa possibilidade de trabalhar de casa procuram por uma casa maior em uma região mais tranquila como a nossa, em busca de melhor qualidade de vida.
Qual é a bola da vez: compra, venda ou aluguel? Como você o mercado imobiliário pós-pandemia?
Para a Casa Noble, a bola da vez tem sido a compra, muita gente está aproveitando o cenário atual para investir em seus projetos que estavam guardados. De janeiro a março, 47% dos contatos que recebemos procuravam por compra e 53% procuravam por locação, nos últimos dois meses esse cenário inverteu, 58% dos nossos contatos são com intenção de compra e 42% com intenção de locação. Temos boas expectativas para o mercado imobiliário pós pandemia, motivado principalmente pelas novas tendências que essa crise provocou e estamos dedicando todos os nossos esforços para se adaptar a esse novo formato que o cenário exige.
Por Juliana Martins Machado