Com a chegada de um novo bebê, é comum os pais ficarem apreensivos com a reação do primogênito e até mesmo de como atender o bebê que chega com tanta fragilidade sem que o irmão mais velho sofra por não ser mais exclusivo.
Segundo a pediatra do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dra. Marcilene Oku é importante criar um ambiente aconchegante, de amor e aceitação. “Evitar comparações e também competição entre as crianças é fundamental. Ensinar a respeitar e cuidar, porque são irmãos, traz um sentimento de pertencimento que fortalece os vínculos”, explica a médica
Além disso, estabelecer limites de espaço entre cada um e ressaltar que ambos são amados e respeitados é essencial. “A dica é estimular o relacionamento de amor, que cada um tem seu espaço. Deixar claro para a criança que o irmão não vai ocupar o lugar dela”, orienta a pediatra.
Não há uma fórmula certa para essa nova experiência entre os irmãos. O psicólogo José Palcoski dá algumas dicas:
• Envolver o irmão no processo da maternidade, da expectativa durante a gestação, pois isso prepara melhor a chegada.
• Buscar trazer para a criança os itens positivos de qualquer relacionamento, como companheirismo, cumplicidade e afetividade.
• No dia do primeiro encontro, é bom a criança estar ao lado de pessoas de sua confiança, com as tios próximos, madrinhas e avós.
• É importante passar para a criança a função de ser irmão mais velho, como sendo o exemplo positivo que ele pode ser para o irmão, ao mesmo tempo cuidando com a comparação, pois cada pessoa tem a sua forma de ser.
• Reservar momentos de dedicação para cada um dos filhos, como por exemplo o bebê fica com a mãe e o filho passeia com o pai.
• Inserir aos poucos a criança na rotina do bebê, incentivando-o a participar e ajudar.
• Cuidar com atitudes compensatórias, para não incentivar a disputa pelo espaço.
• Presente de boas-vindas, como muitas famílias fazem em que simulam que o bebê trouxe um presente para o irmão, pode ser positivo como inserção do novo membro familiar.
Importância de ter irmão
As famílias estão de um modo geral menores. Alguns casais optam por não ter filhos, outros por ter apenas um. Esse é um padrão que vem sendo observado pela pediatra. “Quando não há um irmão o propósito da família fica basicamente focado no filho único, que raramente sofre frustrações. Com isso, há uma perda, para a criança, da oportunidade de desenvolver a relação de troca com o irmão e, para a sociedade, em ter um indivíduo com maturidade por já ter sido trabalhado na família sua capacidade de relacionamento”, afirma.
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